I
Minha língua
é o canto da
mata.
Minha
floresta
é território
é cultura.
Cada rio
cada trilha
cada raio de
sol e lua
é um pranto
é um riso
é a face divina
e minha
própria persistência.
Minha terra
é minha nação
e quando
luto
fincando
raízes
até meu
sangue
tocar meus
mortos
clamo pela
paz liberta
e defendo a
vida
a não ser
jogada à própria sorte.
II
O fazendeiro
que se
esconde
detrás de um
pistoleiro
quer o
domínio
e cifras
a brotarem dos
cativeiros.
Quer suicídio
assassínio
e o
extermínio
por ventres violados.
Em atos
brutos
cala a beleza
de danças e cultos.
Deseja terras
não terra.
Craveja o
solo
sem apreço
legando apenas
um futuro de
miséria.