numa manhã de segunda-feira
imersa em comezinhas rotinas:
o relógio sempre adiantado
minhas plantas que morrem
pela sede que o ponteiro das horas provoca
o café que engulo e me queima a garganta
e o horror de um ofício que me toma
todo o tônus
dissolvido em seus tentáculos.
dissolvido em seus tentáculos.
E o sono, o sono sempre atrasado.
Como se já não me faltasse o tempo
imponho-me mais e mais compromissos
e os anos passam ao largo dos planos esquecidos.
Vejo-me preocupada com a aposentadoria
(agora entendo que os idosos acordam cedo
pelo anseio do que lhes foi tolhido)
pelo anseio do que lhes foi tolhido)
sobressaltada pela falta de filhos
estupefata
por poder escrever
por poder escrever
apenas a caminho do trabalho
sobre uma vida isenta de rimas.
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