terça-feira, 12 de abril de 2016

Das falanges

Há tempos
nego-me a clareza do papel.

Sujeito-me à rotina.

Ocupo minha casa com sons burocráticos:
a água borbulhando, a torneira pingando, as xícaras contra os pratos.

Substituo abraços pelo odor do café.

Calo as músicas.

Enalteço as aulas de Direito Processual.

Miro minhas mãos
- sempre temi ter mãos envelhecidas -
eis que carregam o rastro das tintas...

Definitivamente,
o que não fez pouso em minha face
fez morada nas falanges.