Não sairás
impune
por deixares
escorrer entre teus dedos
a areia do
infinito das horas que dediquei a ti.
Não sairás
impune
pelo oceano que,
por ti, atravessei a nado
ainda que minha
única certeza
fosse a do
acaso de um encontro acidental.
Não sairás
impune
pelos mimos e
presentes com que te agradei
na vã
expectativa de ver
minha inerte
presença em todos os teus dias.
Não sairás
impune
por cravares em
meu dorso
palavra a
palavra
de ensaiadas
frases
até que em
minha pele não houvesse nada além de ti.
Não sairás
impune
por não teres
compreendido nada.
Nada!
Eis que foste
incapaz de decifrar meu olhar
urrando o sufocado
“eu te amo”.
Não sairás
impune, meu bem,
por não teres
feito de tua “aventura”
o teu cotidiano
por, no futuro,
vires a ser
inevitavelmente
arrebatado pela
constatação
de que
renegaste teus próprios poemas,
pois sua tinta é
meu sangue,
seus versos,
meus ossos,
suas rimas, minha
alma em brasa!
E, diante de
tão vazia realidade,
esta que covardemente escolheste,
desejarás ter
dilacerado a tua carne
em nosso
“acidente”.
Crê em mim.
Não sairás
impune!
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