quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Poema de despedida nº 3


Três é o teu feito.
Cabalístico algarismo
a marcar minha carcaça.

Três foi o meu dom
de atirar-me destemida
em teus braços
forçando uma a uma
tuas lanças de suposto guerreiro
contra meu peito
incendiando-me
em minha própria chama viva.

Mas se mesmo a lava endurecida
é surpreendida pela insistência da vida
eu
por três vezes por ti reduzida
persisto.
Três é o meu número e o meu limite.

De certo, ainda te amo
porém, a luta que travas com meu coração
deixo-te ganha.
Tens aqui
na ponta desta terceira e derradeira lança
meu órgão pulsante como um troféu.
Entrego-te o meu amor e o meu martírio.
E neste exato instante
digo-te: adeus.

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