domingo, 30 de setembro de 2012

Meu lugar


Ando pelas ruas da minha cidade.
De repente,
ela não pertence mais a mim.
Em preto e branco,
vejo as torres coloridas de sua principal avenida.
Silencio
o som do tráfego e da euforia.
Os circulares apontam direções,
mas nenhuma delas levam ao que fui.

Finco,
por qualquer razão turva,
a minha origem em tua existência,
carregando teu cheiro, toque, palavras
a cada memória recôndita
até que tua presença esteja em tudo o que sou.

Tua ausência
faz de mim a retirante
a buscar refazer,
em cada imenso detalhe do cotidiano,
a pátria que me fora amputada.

E é assim, que até mesmo distraída,
marco em minha pele o anagrama de teu nome,
formo em meus ouvidos a melodia da tua poesia,
imponho às minhas retinas a constante busca por ti
até o dia em que,
resignada em meu exílio,
volte a ver as cores das torres
torne a ouvir as buzinas, risos e gritos
e saiba que, de meu lugar,
restará apenas sentir saudade.

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