Prestem
atenção, meus senhores,
eis
que vou lhes contar
a
história de Maria Safira,
mulher
de onça no olhar.
Foi
sob um banho de estrelas,
lua
alta no céu,
terra
seca estalando
que
este causo se deu.
Coreografados
nove encantos,
após
saltos e giros ao som de maracás,
foi
dar de tropeço
com
um ladrãozinho popular,
tipo
franzino e esguio,
que
veio se vangloriar,
recitando
em rimas ricas
uma
proeza sem par:
havia
roubado de um anjo
um
par de asas robustas
e
se punha todo à proa
perante
tanta formosura.
Safira teceu seu plano
para trapacear o bandido
e tomar do meliante
tamanho fruto bendito.
Um
mandacaru lhe deu a flor
a
compassar o seu feitiço
sem
saber que bastaria apenas um sorriso
para
furtar do larápio
até mesmo o coração.
Foi tão grande o desfastio,
nem bem o sol se pôs a pino,
secou
a água no Sertão,
pois matou a sede, a
moça,
após
consumir sua paixão.
À
Safira só restou
presentear
o seu vadio
com
sua conta preciosa,
fogo
aceso, além do brilho.
Hoje
vivem nas veredas
com os caminhos cerzidos,
conforme destino posto
pela reinação do Cupido.
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