Sôfrego dia:
Um olho pinta,
Outro um respingo da lágrima já seca.
O tráfego é a sinfonia que a acalanta
A traz ao chão de pés adormecidos:
não pede mais,
não roga ao Santo
que abriga o pó de cada dia.
A água devora-lhe os pecados
pequeninos, sutis, reiterados.
Novo sol a lançar-lhe brilho:
Dois olhos pinta
Desenha a boca
No oco Santo
um beijo.
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