quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Namoro de caboclo...

Estudando o "Dicionário do Folclore Brasileiro", o clássico de Luis da Câmara Cascudo (Edusp, 1988, p. 520), deparei-me com esta expressão, cujo significado serviu-me como uma luva, por eu ser uma mulher de eternos amores platônicos (e escancarados também), que cultivo não somente por pessoas, mas por lugares, cheiros, sabores, sons... 
Transcrevo a seguir o verbete: "Espécie de amor platônico: paixão em segredo que, por acanhamento, receio ou falta de coragem, não se declara. A locução vem do seguinte, constante do ciclo das nossas Histórias de Caboclos: Gostava muito um caboclo de certa rapariga muito bonita, e a todos gabava-se de que era sua namorada. Alguém, porém, ouvindo um dia essas suas pacholices, diz-lhe: - Caboclo, olha que se o pai da moça souber que tu namoras com ela, desanda-te uma boa sova de pau. Ao que respondeu ele na sua meia língua: - Não tivesse receio; porque se a moça não soubesse, muito menos o pai dela (Pereira da Costa, Vocabulário Pernambucano, 515-516). Caboclo está com paixão, / Sabe ele e ela não! Namoro distante, demasiado respeitoso, timidez excessiva".

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