segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Condução


Temi
ao abrir a porta
reverenciar a pena que
por dias
curvou-me quase ao chão.

Surpresa
fui ancorada pela firmeza
de uma casa vazia
ansiando por mim.

O silêncio impunha a mudez
até mesmo aos relógios
demandando que cada cômodo
aguardasse minha ordem de condução.

Reencontrei
em meu quarto
a pureza sem perfume.
Em minha cama
acariciei as fibras do linho
perdoando meus lençóis
pela ditada
tortura
de tua lembrança.

Ali
completamente plena
não pude definir
o exato instante de tua partida.
Apenas tive a certeza de
finalmente
ter consentido
a nossa liberdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário