Ponho-me
diante do papel
caneta em
punho
no afã de
articular a palavra
que abrirá a
porta do verso.
A mente
vagueia os temas mais fúteis
a novela
o futebol
as eleições
e nada
nada a dizer
num poema:
não trago em
minha rima o amor
ou a vaidade
que se exprime pelo ódio.
Não podes ao
menos
ser o
desconhecido
que, em sua
solidão felina,
espreita
meus olhos e
imediatamente
craveja
minha mente
com a ideia
do que seja sua vida.
Está
constatado:
em ti
não vejo
mais poesia.
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