quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ser índio


I

Minha língua
é o canto da mata.
Minha floresta
é território
é cultura.

Cada rio
cada trilha
cada raio de sol e lua
é um pranto
é um riso
é a face divina
e minha própria persistência.

Minha terra é minha nação
e quando luto
fincando raízes
até meu sangue
tocar meus mortos
clamo pela paz liberta
e defendo a vida
a não ser jogada à própria sorte.

II

O fazendeiro
que se esconde
detrás de um pistoleiro
quer o domínio
e cifras
a brotarem dos cativeiros.

Quer suicídio
assassínio
e o extermínio
por ventres violados.

Em atos brutos
cala a beleza
de danças e cultos.
Deseja terras
não terra.
Craveja o solo
sem apreço
legando apenas
um futuro de miséria.

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